segunda-feira, 7 de junho de 2010

Certeza de um silêncio

“Não diga nada antes de ter certeza de que suas palavras valem mais do que seu silêncio”

  - Você sempre foi boa em inventar histórias – ele disse.
  - É – concordei.
  - Também sempre foi péssima mentirosa. – ele falou sorrindo
  - Tem toda razão – concordei rindo.
  - Quase me esqueci, você se distrai facilmente e não faz idéia do que eu estou falando – ele falou calmamente.
  - É – concordei totalmente distraída, absorta em meus pensamentos.
  - Viu – ele disse, ainda calmo, ainda sorrindo.
  - Não, não... Quero dizer – parei; e não prossegui.
  - Você quer dizer que tem algo a falar – ele falou seguro de suas palavras.
  - Você me conhece tão bem que chega a ser irritante – falei calma, mas tentando arrancar um sorriso distraído. Consegui.
  - No que está pensando? – ele perguntou.
  - Em nós, em como chegamos aqui tão rápido, sabe? – fiz uma pausa, e continuei – não planejamos nada, e... – eu só tive tempo de pronunciar essas poucas palavras.
  Os lábios dele silenciaram minhas palavras, e se ele me silenciou pode ter certeza que foi por puro medo de que minhas palavras estragassem tudo.
  - Obrigada – eu falei simplesmente.

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