segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sem tempo

  - “Eu não tenho outra escolha” ou “eu não tenho tempo”. Ultimamente é só isso o que você sabe dizer, não é? – ele falou ríspido e irritado.
  - Mas é a verdade, pena que você não consegue entender! Ninguém consegue! – falei ainda mais irritada que ele.
  - Não, não é! Você só acha isso mais fácil do que assumir que você é incompetente! – ele falou.
  Demorei um pouco, remoendo aquelas palavras. Fui até ele, e lhe dei um tapa no rosto.
  - Ai! Garota, qual é o seu problema? – ele perguntou, levando a mão no rosto.
  Comecei a chorar e falei gritando:
  - O meu problema? O meu problema é que você tem razão! Eu sou uma incompetente, sou insegura, egoísta e me acho tão complicada que nem eu mesma sou capaz de entender!
  - Você é capaz. Mas você não acredita em si mesma, e espera que os outros acreditem. – ele falou agora calmo.
  - Por que você acredita em mim? – perguntei
  - Nunca disse que acreditava. – ele falou.
  - Mas está aqui. – respondi.
  - Tem razão, e eu não faço idéia. Talvez porque apesar de todos os seus defeitos, eu não deixe de – ele parou de falar.
  - Não deixe de? – perguntei, querendo obter a continuação.
  - Não deixe de te amar. – ele falou eternizando aquele momento, e então parecia pela primeira vez que eu tinha tempo para tudo, e que eu tinha todas as opções do mundo, eu tinha feito a escolha certa, e sabia disso.

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